sábado, 1 de janeiro de 2011

Capitulo 6 - Mistérios

mar brilhava com fulgor sob a luz da lua, as ondas como de costume estavam se chocando com as pedras, algo naquela paisagem era reconfortante. Eu sempre fora fã de lugares infaustos, e isso era a coisa mais estranha sobre mim, e é por isso que atualmente eu definitivamente amava Elyon, por ser um lugar sinistro mais ainda sim muito elegante, um lugar quase sempre gélido, onde coisas que os humanos julgam fisicamente, quimicamente ou cientificamente impossíveis acontecem, um exemplo é que no mundo normal é climaticamente impossível nevar em uma ilha tropical, e ainda sim me disseram que aqui neva no solstício de inverno. Elyon é como um mundo de possibilidades pra mim. No começo pareceu assustador. Mas agora eu sinto como se algo excitante pudesse acontecer a qualquer momento, o engraçado é que só é excitante pra mim, porque eu sou a única que fui fortemente influenciada pela cultura humana.
Ok!
A minha cultura é totalmente humana, o mundo sobrenatural só me era acessível nos finais de semana, eu era a bruxa excluída e só fui incluída agora por que minha situação de descontrole estava critica.
De repente eu fiquei tão reflexiva, melancólica e excitada, eu sabia que não era TPM, eu nunca mais teria aquilo. Mas o que era então?
Era como se as vibrações dentro de mim tivessem mudado, meus sentimentos estavam desregulados, eu estava muito triste mais eu também estava muito feliz, eu estava com vontade de chorar e ao mesmo tempo gargalhar. Meu Deus. A única vez que eu senti algo parecido, foi quando eu bebi pela primeira vez, mais os sentimentos vieram em seqüência, primeiro eu ri muito sem motivo e depois eu chorei, não era tudo de uma vez como agora.
Aquela talvez fosse à hora de ir dormir, eu planejava ficar sentada pensando na vida até o por do sol, mais agora eu estava um pouco... Estranha!
‘’Você tem que retornar ao seu dormitório’’ - Aquela voz angelical disse em tom autoritário.
A primeira coisa que eu vi foi o sobre-tudo preto esvoaçando, e depois senti mais vontade de rir e chorar.
Então eu soube que aquela era a resposta para o meu repentino sentimento turbulento, assim como era a resposta a presença que eu senti na cidade e de alguma forma eu sabia que estava relacionado com os sussurros também. Ceifadores provocavam reações estranhas em mim. Credo.
‘’Não tenho não’’ - Disse gargalhando
Ele se aproximou e me olhou seriamente, como se não tivesse acreditando que eu tinha desacatado sua ordem, afinal ele era um ceifador.
‘’Não tem?’’ - Ele me olhou desafiadoramente. Eu deveria sentir medo, eu sabia que quando um ceifador mandasse eu tinha que obedecer.
‘’Na verdade em Elyon nos podemos ficar acordados até a hora que quisermos, e isso inclui perambular por ai’’ - Eu fiz um esforço tremendo mais finalmente consegui estabilizar meus sentimentos.
‘’As regras mudaram Salonen’’- Ele continuava me encarando, como se pudesse ver através de mim. Talvez ele pudesse mesmo.
‘’Justo hoje? Poxa vida, é a primeira vez que eu fico fora do meu quarto de madrugada, e agora eu tenho que voltar?’’
Ele assentiu com uma expressão séria.
‘’De qualquer jeito eu já ia voltar agora mesmo’’ - Disse no mesmo tom leviano e pouco refletido de uma criança de seis anos. Comecei a dar passos largos, eu tinha que me afastar o mais rápido possível, eu tinha que me livrar daquela influencia  que fazia meu raciocínio falhar.
‘’Diana’’ - Ele chamou em um tom melodioso e agradável.
Eu me virei com o coração palpitando.
 Ele sabia meu nome!
‘’Sim?’’- Tentei dizer normalmente.
‘’Com o que exatamente você sonhou hoje?’’
‘’Na verdade... ’’ - Eu comecei a falar mais depois me lembrei do pedido do meu avô, eu tinha que fingir que havia sido tudo um grande mal entendido - ‘’Eu não lembro direito, só sei que com o barulho de janelas explodidas eu acordei assustada... E...’’
‘’Continue’’
‘’E daí eu achei que tinha sido eu, mais depois que eu acordei direitinho, eu cai na real... Eu não seria capaz de fazer um estrago daqueles’’ - Menti na maior cara de pau.
‘’Tem certeza de que não foi você?’’ - Ele perguntou acusatório com uma das sombracelhas levantadas.
‘’Tenho’’
‘’Eu não sei Diana’’ - Ele tentou fazer contato visual mais eu desviei rapidamente- ‘’Você me pareceu bem convicta sobre ter feito tudo aquilo’’
‘’Você sabe como é que é né... Às vezes quando acordamos ficamos meio desnorteados’’ - Dei uma risadinha, se a minha história mal contada não tinha me entregado a risadinha com certeza tinha.
‘’A questão é’’ - Ele se aproximou um pouco mais de mim, insistente em fazer contato visual, eu me senti intimidada- ‘’Porque você está mentindo?’’
‘’Você acha que eu estou mentindo? Que absurdo!’’ - Eu simulei um falso ressentimento de pessoa ofendida.
‘’Você sabe que eu não acredito em você, nem você acredita’’ - Ele deu um leve sorriso como se tivesse se divertindo com a minha inabilidade de mentir. 
E eu me senti mole e patética por estar inexplicavelmente fascina por alguém que eu nem sequer conhecia. Aquilo era tão novela mexicana.
 ‘’Eu não quero fazer disso grande coisa Diana, por isso eu sugiro que você me conte’’
‘’Eu realmente preciso ir’’
‘’Se você quer...’’ - Ele disse com um sorriso misterioso no rosto, e eu não entendi o porquê - ‘’Tente inventar uma mentira mais convincente, amanhã nós voltamos com as perguntas’’
Me senti estressada - ‘’Porque é tão importante saber sobre isso? Foi só um sonho, MEU sonho’’
‘’O meu dever é investigar qualquer anomalia que ocorra por aqui, e é por isso que eu preciso saber o que foi aquilo, porque aquilo não foi um sonho qualquer, e você sabe disso’’
‘’Vocês não deveriam fazer tempestade no copo da água por pouca coisa’’ - Eu disse esfregando meus olhos, me sentindo gradativamente cada vez mais cansada e ainda sim maravilhada com o meio anjo na minha frente.
‘’É assim que as coisas devem andar’’ - Ele respondeu.
Então quer dizer que o drama todo era realmente necessário? Às vezes os imortais são tão cansativos.
‘’Eu não acredito nisso'' - Comecei com a minha típica tagarelice de nervosismo enquanto dava voltas ao redor do banco. ''Vocês poderiam resolver as coisas elegantemente, não precisava vir aqui e ameaçar todo mundo... E afinal o que aconteceu pra vocês aparecerem?'' 
Eu olhei ao meu redor, mas nem sinal do ceifador, ele tinha se desintegrado e me deixado falando sozinha.
Ótimo.





 E-MAIL RECEBIDO

De: Natalie Viscont
Para: Diana Salonen
Enviado: Segunda, 11:45 pm


Diana,

Agora que você se tornou uma bruxinha os dias aqui tem sido entediantes, o colégio Santa Maria já era chato contigo, agora então...
Numa hora dessas eu imagino como seria se eu tivesse seus poderes de explodir. O meu primeiro alvo seria a sala da irmã Salete, ô tiazinha chata do caramba.
Mas você sabe como é, infelizmente Deus não dá asas para cobras.
Bem que você poderia ter uma vassoura pra vir me visitar né?
Queria muito poder conhecer esse seu novo mundinho de vampiros e bruxas, mais os imortais metidos não gostam de simples mortais como eu... Oh vida!
 (Tenta fazer uma barganha pra transforma sua Best em vampira)
Barganhas a parte
Enquanto eu estou tento aula de estudos religiosos com mulheres e padres que assumiram o compromisso de castidade você esta tendo aula de manipulação com um professor super gato que com certeza não te induz a renunciar sua vida em sociedade e virar uma mulher consagrada de Deus.
E uma professora hippie? Que meigo, eu adoro hippies. (Os que tomam banho). Ela também é a favor da emancipação sexual e a pratica de nudismo? Curte Marijuana?
AMOR LIVRE E NÃO VIOLÊNCIA SEMPRE!
Ah... Quem é que não teve sua fase hippie ein?
Bons e velhos tempos na comunidade
E você ainda reclama de ir pra cidade de bote, semana que vem nos vamos ao museu de astronomia com o bom e velho buzão de excursão isso te comove?

A única novidade que eu tenho pra te contar, é que no final do mês nós vamos fazer a peça teatral de Jesus, (Com cruz, chicote e tudo) e eu realmente gostaria que você pudesse me ver arrasando de Maria Madalena.

   Amiga, infelizmente a irmã Lurdes esta aqui no meu pé lembrando que como penitencia por ter sido malcriada eu tenho que ajudar o padre Ludovico com os preparativos da missa.
Infelizmente o tempo na internet aqui é limitado, ai de mim se eles descobrirem que eu estou mandando um e-mail pra você ao invés de pesquisar os quatro evangelhos canônicos.   
É melhor eu ir !

 Mais tempo pra Deus e menos pra coisas mundanas. Amém
   Futura irmã Natalie (Até parece)

Ps: O que aconteceu na cidade? Algum peguete? Me conta TUDO! 


‘’Existem diferenças entre, influencia social, manipulação mental, e coerção... Hoje nos vamos treinar vasculho mental, o dever de vocês emissores é tentar invadir a mente dos receptores... Se separem em duplas, nós vamos trabalhar invasão e bloqueio, vampiros vasculham e bruxos tentam bloquear ...’’ - 
Como o professor Alexy estava particularmente sexy e parecido com o Jude Law sentado na ponta da mesa em um postura relaxada naquela tarde, eu resolvi não levar em consideração o negócio sobre vampiros vasculharem e bruxos tentarem bloquear.
‘’Essa vai ser moleza’’ - Disse Freida convencida. 
‘’Eu não teria tanta certeza se fosse você’’ - Ula a bruxa índia nerd disse enquanto arrastava sua carteira para ficar na frente dela.
‘’O que você esta fazendo aqui?’’ - A vampira perguntou em uma voz aguda e inarticulada que penetrou minha mente e provavelmente do resto da classe também.
‘’Você se lembra do que Alexy disse, vampiros vasculham e bruxos bloqueiam’’ - A bruxa respondeu enfadada.
‘’Então você acha que pode me bloquear?’’- Freida riu presunçosa - ‘’Se você faz questão então vamos ver do que a bruxa nerd é capaz’’ - O sentimento de superioridade emanava de seus poros.
Aula de manipulação era conhecida como a hora da vingança entre bruxos e vampiros, à hora de provar qual espécie era melhor, se algum bruxo tinha alguma coisa contra os vampiros ou vice- versa aquele era o momento de descontar, a única aula em que um pequeno grupo exclusivo de ambas as espécies tinham em comum.
‘’Pronta para me mostrar seus segredos?’’ - Perguntou Apollo enfatuado.
‘’O que te faz pensar que você vai conseguir?’’ - Eu tentei dizer no mesmo tom vaidoso, tentando demonstrar uma confiança que na verdade eu não tinha, quer dizer, eu era um desastre em quase todas aulas em Elyon e sabia disso, eu até fiquei recente conhecida pelo campus inteiro como a bruxa sem auto- controle, e pra constar essa é uma das piores ofensas para um bruxo. Não que eu me importe.
Infelizmente, o ocorrido com o lustre e a janela se espalhou mais rápido do que fogo no palheiro. Graças às fofoqueiras de plantão da torre sul.
‘’Isso é tão injusto’’ - Desmontei minha pose arrogante e comecei a reclamar - ‘’Ter a mente vasculhada não é nada legal, agora vasculhar... ’’
‘’Isso de fato é verdade’’ - Ele arrastou sua cadeira para frente da minha - ‘’Você ficou com a pior parte’’
‘’Pegue leve comigo’’ - Eu pedi encarecidamente.
‘’Não garanto nada’’ - Ele deu um de seus típicos sorrisos de canto, estava tentando me seduzir na cara dura.
‘’Ok’’ - Eu respirei fundo - ‘’O que exatamente eu tenho que fazer?’’
‘’Apenas crie uma barreira na sua mente... Ou se você preferir... -‘’

‘’Criar uma barreira na mente?’’ - Eu o interrompi - ‘’Como se faz isso?’’
‘’Eu vou saber’’- Ele respondeu desinteressado
‘’É fácil querida, é só imaginar um espírito da paz e um grande oceano de luz branca de ser luminescente’’- Freida que se julga indispensável para os assuntos alheios disse num tom exageradamente zeen, e é claro que Pauline sua fiel seguidora tinha que gargalhar exageradamente.
Sério. Não tinha graça.
‘’Ser luminescente?’’ - Eu perguntei. ‘’Que merda é essa?’’
‘’Não dê ouvidos a ela Diana, isso não existe’’ - Ula  disse enquanto um Apollo retardado se segurava para não rir.
‘’Não?’’ - Eu perguntei na minha ingenuidade de novata no mundo imortal.
‘’Não Diana, ela só esta curtindo com a sua cara’’ - Ciro um bruxo ruivo gracinha de uma das ramificações realeza que havia me guiado no primeiro dia estava sentado com Pauline disse - ‘’Na verdade é bem simples o bloqueio, quando o vampiro faz contato, o bruxo sente os círculos de energia, e uma vez que você sente você pode canaliza-lo... É fácil’’
‘’Aaa... obrigado’’ - Respondi com meu sorriso amarelo de não-entendi-nada.
‘’Estraga prazeres’’ - Apollo murmurou em um tom quase inaudível.
‘’Então você queria ter acesso livre a minha mente?’’
Ele colocou o dedo indicador entre os lábios ‘’Xiiiu’’
Então a sala inteira ficou em silêncio.
Todos com os mesmo objetivos, invadir ou proteger.
Eu encarei Apollo apreensiva por alguns segundos. E se por acaso ele vice alguma coisa que não deveria? A idéia de ter minha mente invadida e meus pensamentos mais íntimos revelados era desesperadora.
Sinta os círculos de energia, canalize, Sinta os círculos de energia, canalize...
Eu me agarrei as poucas informações que eu havia recebido de Ciro, na pratica era mais bem mais difícil.
Sinta ele fazer contato e então canalize - Eu repetia debilmente pra mim mesma.
Apollo estava tentando manter o olhar afiado enquanto se segurava para não rir. Completamente compreensível porque quem é que não riria me vendo em uma luta interna?
E assim nos seguimos por uns cinco minutos, Apollo me perfurando com o olhar, e eu repetindo o meu mantra de sentir e canalizar.
Tentando me concentrar no silêncio da sala e não nos rostos contorcidos de alguns que formavam expressões engraçadas.
Até que aconteceu.
 Muito rápido.
Apollo sorriu, logo em seguida seus olhos ficaram vermelhos, eu levei um susto, mais não tive nenhum tipo de reação porque segundos depois eu me senti desabar e... e...
 Ele estava na minha mente!
O que descreveria aquela sensação?...
Eu não sei dizer ao certo.
Talvez um mergulho para uma profundidade insondável e tenebrosa.
Um estado intermédio entre a consciência e inconsciência.
A ultima coisa que se passou pela minha cabeça era em como eu odiava Apollo, eu o odiava por me fazer sentir daquele jeito, como se eu tivesse perdido o rumo, o sentido de direção, completamente desalentada.
Mas aos poucos eu deixei de sentir, pensar, imaginar. Tudo que fazia parte da minha consciência intima não fazia mais parte de mim, eu agora estava no papel de espectadora das minhas próprias lembranças.

Aquele lugar... A grande janela de vidro, a mesa de carvalho, eu estava naquele corredor novamente, só que dessa vez a minha associação de imagem era desconexa.
‘’Isso é loucura’’ - Uma voz familiar que eu reconheci como masculina disse -‘’Não quero fazer parte disso, se queres ser aniquilado faça-o sozinho’’
A curiosidade me levou até a frente do quarto de onde vinha a voz, sem pensar duas vezes eu encostei meu ouvido na porta.
‘’Eu vou lhe esclarecer uma coisa... Existem dois lados, o que perde... e o que ganha’’ - Outra voz masculina disse calmamente- ‘’Eu só quero dizer-te que não perdôo e nem atenuo felonia, ou tu estas comigo ou não estas’’
Eu reconheci aquela conversa imediatamente como sendo de Tagore e Hanzi, mas é claro, era a única conversa entre dois indivíduos que eu precisava acompanhar com um dicionário.
‘’Tu perdeste a cabeça’’ - Disse Hanzi indignado
‘’E tu perdeste a ambição, a expectativa de vida’’ - Rebateu meu avô
‘’Se fizeres isso não haverá expectativa de vida...  Para ninguém!’’ - Eu quase não acreditei no que identifiquei, aquilo era medo na voz de Hanzi?
‘’Nesse ponto se burlas, e tu sabes disso, só que estas com medo’’
A sala ficou em silêncio por alguns segundos e tudo que eu podia escutar era o som da minha respiração.
‘’Quando foi que tu ficaste destituído de coragem? Quando foi que ficaste temeroso até a covardia?’’ - Meu avô e a sua mania de querer pegar na veia, apelando para o ego, quebrou o silêncio.
‘’Somos poderosos, mais não ao ponto de levantarmo-nos contra o céu’’
Confesso que a ultima frase me fez ficar com vontade de rir.
Onde já se viu, levantarmo-nos contra o céu
Hilário.
‘’Quero lutar pelo direito de proceder conforme nos pareça’’ - Meu avô disse como se estivesse falando das mais queridas das aspirações.
‘’Mas é assim... Fazemos o que bem entendemos, somos a lei’’
‘’Somos uma lei limitada, submetemo-nos a outras leis, existe uma autoridade soberana sob vós’’- Tagore disse em um tom frio
Silêncio novamente.
‘’A sua neta? Tu usarias a sua neta?’’ - Hanzi e seu forte sotaque francês, prendeu minha atenção.
‘’Para sermos livres, temos que sacrificar algumas coisas’’ - Disse meu avô com naturalidade
Era como se meu corpo inteiro tivesse se solidificado. Eu fiquei parada sem reação, tentando entender o que eu havia acabado de escutar, aquilo era desconcertante quando interpretado ao pé da letra. Eu serviria para algum tipo de sacrifício?
Mais espera Hanzi não especificou qual das netas, pode ser... Bluma, isso!
O pensamento me proporcionou alivio momentâneo... Até eu cair na real. Bluma podia ser mandona, narcisista, fútil, prepotente e enjoada às vezes, mais nem por isso eu queria que ela fosse sacrificada, seja lá o que isso significasse, ela ainda era minha irmã.
 Se fosse ela ou eu o suposto sacrifício para a suposta liberdade, não fazia a mínima diferença, ainda era o meu avô desnaturado e aparentemente maluco também, falando sobre a renuncia voluntária de uma de suas netas.
Eu estava tão perdida em meus pensamentos perturbadores que não percebi o quão silenciosa a sala ficou, e aquele não era um silêncio de pausa de conversa, era o silêncio de dois imortais a espreita para pegar o enxerido que estava escutando a conversa atrás da porta. No caso eu.
Antes de ver a maçaneta girando eu já estava deslizando violentamente pelo corredor como um tufão, arrastando tudo que estava no caminho, simplesmente não pude conter aquele impulso espontâneo, sem nenhuma reflexão, eu corria como se minha vida dependesse daquilo.
Pra onde eu estava indo? Eu não fazia a menor idéia, talvez a única coisa que se passava pela cabeça era em um modo delicado de contar para Bluma que uma de nos seria sacrificada, talvez não no sentido mais puro da palavra, mais ainda sim, uma de nos fazia parte dos planos maquiavélicos do nosso avô e...-

2 comentários:

  1. Oi, vi que está o meu blog e resolvi dar uma olhada no seu.
    primeiro quero dizer que a historia é emocionante e intrigante. Prendeu minha atenção e vou fazer uma retrospectiva no seu blog, peguei a historia no meio.
    segundo queria saber o que vc achou do meu?

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  2. Ah, que legal o seu blog. Procurei tanto blogs como o seu e como o meu. Gostei muito de como você escreve, é bastante atraente para quem lê. Parabéns. Bom, te convido a visitar o meu POET (Pages Of Erased Text) http://pagesoferasedtext.blogspot.com/. De lá você pode ir ao “Illegitimate” novel. Espero que goste. Parabéns pelo blog. Cuide-se.

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